Meursault 1er Cru Perrieres

Vinho: Meursault é um dos vilarejos na Côte de Beaune que não possui nenhum Grand Cru classificado e a história nos ensina que os grandes proprietários de terra do local, assim como em Volnay e Pommard, não quiseram aderir à classificação em 1935 por conta do aumento de impostos caso suas terras aderissem à classificação.

Porém apesar de não classificados existem 3 vinhedos em Meursault que são considerados os “Grand Crus” desta apelação que são os 1er Cru: Perrières, Genevrieres e Charmes. Na primeira classificação dos vinhos da Borgonha em 1855 feito pelo botânico Monsieur Jules Lavalle ele escreveu que: “dos vinhos brancos produzidos na Côte d’Or, o vinhedo Les Perrières em Meursault ficava atrás somente de Montrachet na qualidade dos vinhos ali produzidos”.

A principal característica deste terroir é a presença significativa de pedras. A proximidade de uma antiga pedreira não é, portanto, uma coincidência. O teor de argila é baixo e a rocha mãe às vezes é exposta. Essas características possibilitam a produção de vinhos ricos, poderosos, minerais e precisos.

O Domaine Armand Heitz cultiva duas parcelas localizadas em Meursault Perrières du bas, com extensão de 0,7 Ha. A idade das vinhas é de 40 a 60 anos, com rendimento de 45hl/ha.

Sobre a safra de 2020, Armand Heitz comenta: “sem dúvidas uma safra de desafios onde além do lockdown extremo de Março a Maio, tivemos que lidar com uma safra de extremos meteorológicos. Jornalistas clamam Jornalistas clamam sobre uma safra excepcional, mas, até quando as vinhas estarão aptas a performar sob essas condições extremas? Inverno e Primavera com temperaturas 3.7° mais altas que o normal, um verão extremamente seco com -67% no nível das chuvas e uma safra extremamente precoce, mas, essa é a diferença de quem trabalha no campo já que trabalhamos duramente para ter a certeza de que estes fatores não afetassem a saúde das plantas e para que entregássemos esses vinhos classificados como excelentes!”

Produção: Os vinhedos são conduzidos seguindo princípios biodinâmicos e o calendário lunar com a adição da permacultura nos vinhedos.

As uvas colhidas em 19 de agosto, a mão, são fermentadas com a maior parte dos engaços – pois para Armand Heitz a essência de um vinho deriva da totalidade das vinhas, desde as raízes até as folhas, os engaços, cascas e polpa – em barricas de carvalho e completa a fermentação malolatica.

Após este período matura em barricas sendo 30% nova por 11 meses com agitação das borras para maior contato.

Notas de degustação: Este é um daqueles grandes vinhos da Borgonha que justifica e mostra o quanto a Chardonnay é elevada a sua mais pura e poderosa essência neste terroir. Aromaticamente os elementos cítricos são ricos e intensos onde uma fruta tropical emerge e se mistura aos elementos da pedra de isqueiro, defumado e mineral que emergem após uma característica redução. Na boca ele é formoso e saboroso, dono de uma estrutura impressionante apoiada por uma acidez precisa e um final longuíssimo.

Burghound: Um toque característico de palito de fósforo está presente nos aromas de redução mineral, maçã, citricos e um caleidoscopio de elementos florais que incluem cravo e acácia. Os sabores superelegantes, intensos e deliciosos de peso médio também possuem uma textura sedutora no médio palato, ao mesmo tempo em que proporcionam excelente e longo final relativamente poderoso, jovem, austero e impressionantemente longo. Por mais adorável que seja, será necessário desenvolver uma profundidade melhor ao longo do tempo. 92/Outstanding

Jasper Morris: Linda coloração dourada ligeiramente mais cheia, nariz fortemente redutor. Tem todo o peso que o Perrières deveria ter com uma espinha dorsal fina, a fruta está madura mas evita ser muito pesada. Acidez excelente. Um bom exemplo que deve florescer à medida que a redução desaparece. 93

Potencial de guarda: 10+ anos

Outras informações: Rolha / TS:  1g/l / TA: 82,9meq/l / SO2: <0,8 g/l