Maria e Sepp Muster são baseados no sul da Styria (Sudsteirmark), Áustria, não muito longe da fronteira com a Eslovênia. Têm 10 hectares de vinhas e são certificados biodinamico pelo Demeter. Os vinhedos de declive acentuado são formados por solos rochosos, argilosos e siltosos com algum calcário, e estão a uma altitude de cerca de 450 metros. O sul da Styria tem verões quentes com noites frias e invernos frios – é um clima continental maravilhoso para a produção de vinhos.

O solo é a base essencial da história da propriedade. Os ancestrais de Sepp e Maria o trabalharam e passaram para a próxima geração, e eles estão fazendo o mesmo para as gerações futuras: “A semente que plantamos é a nossa confiança na natureza. O fruto que recebemos é a experiência, a recompensa por termos coragem de pensar fora da caixa e focar no essencial. Sentimo-nos humilhados pelas dádivas que brotam da terra e, lentamente, deixamos de tentar compreender para simplesmente aceitar”.

Do ponto de vista geológico, o solo da propriedade é composto de argila rochosa e silte sobre o subsolo de marga calcária, que é regionalmente denominado de “Opok”. Sob esse alicerce, Sepp e Maria Muster trabalham na crença de que o solo é história e futuro ao mesmo tempo, e focam em como podem se adaptar e trabalhar com a natureza, ao contrário de tentar controlar a natureza. Portanto, eles enxergam as vinhas como organismos vivos que se unem ao todo, os esforços de trabalho visam reter a vitalidade do solo, das plantas e dos animais que vivem em harmonia na região.

Tendo tido os primeiros encontros com a agricultura biodinâmica durante o tempo passado na Índia e na Austrália, tiveram uma experiência transformadora, marcando o ponto de partida para uma busca incondicional e incansável por vitalidade. Descobriram rapidamente que o solo é onde tudo começa. A vitalidade no solo leva à vitalidade da planta e, em última instância, em cada garrafa de vinho. São membros da Demeter Association desde 2003, uma associação biodinâmica reconhecida internacionalmente.

A propriedade está localizada em uma das áreas mais bonitas da Austria, as vinhas enraizadas, crescem em todas as direções que rodeiam a propriedade. O clima ilírio oferece verões quentes e invernos moderadamente frios. Os ventos do Koralpe, situado perto, desempenham um papel coadjuvante como um fator de resfriamento durante a estação quente, permitindo-os colher uvas perfeitamente maduras e saudáveis no final do outono.

Eles acreditam que uma ferramenta fundamental para fazer vinho é ter paciência e senso para o momento certo. Isto aplica-se tanto ao trabalho na adega como à tomada de decisões nas vinhas. Querem dar à viagem da uva que se torna vinho o tempo que for necessário. O manuseio delicado das uvas na colheita, a fermentação espontânea do mosto e a escolha consciente de recipientes de madeira são apenas alguns passos nesta jornada. Os poucos passos em que interferem são tentativas de ajudar a natureza, em vez de impedi-la.

“A nossa omissão é o que realmente torna os nossos vinhos especiais, revelando o caráter da região, a personalidade da videira e a virtude da casta. O vinho na garrafa é considerado o produto final. Demos tudo o que tínhamos, cuidamos bem dele em todas as etapas de sua jornada. Mas agora está sozinho. De forma alguma isso significa que está pronto, ou feito, ou gravado em pedra. Tal como uma pessoa, o vinho muda na garrafa. Ele passará por fases, terá seus altos e baixos, mas através de tudo, brilhará com vitalidade e uma forte espinha dorsal de complexidade”