Explorando Beaujolais

A região de Beaujolais é uma província histórica e uma região produtora de vinho no centro-leste da França, localizada ao norte de Lyon e ao sul de Macon e cobrindo partes do norte do Rhône e partes do sul do Loire.

Em termos geológicos, Beaujolais têm solo predominantemente rico em granito e xisto ainda que com algum calcário e argila. Composta por 55.000 hectares a região possui vinhedos que correm ao longo do rio Saône, onde os produtores de vinho elaboram vinhos desde os dias da Roma Antiga e onde as trinta e nove aldeias de ‘Beaujolais-Villages’ nas dez áreas de ‘Crus’ produzem os vinhos Beaujolais encorpados mais complexos. Vindo de sul para o norte em Beaujolais, os crus de Beaujolais estão divididos na região da seguinte forma, Brouilly o primeiro cru ao sul, seguido por Côte de Brouilly, Régnié, Morgon, Chiroubles, Fleurie, Moulin-à-Vent, Chénas, Juliénas e por fim e mais ao norte Saint-Amour. 

Beaujolais: mapa da região produtora de vinhos

Falando um pouco dos aspectos climáticos de Beaujolais, a região apresenta clima semi continental, fortemente influenciado pelo Mar Mediterrâneo ao sul. A região é mais quente do que a Borgonha no verão, com temperaturas médias de 22-30 ° C. Já os invernos são geralmente bem secos e as temperaturas podem cair bem abaixo de zero, com surgimento de névoa ocasional que sobe do vale de Saône.

Em relação aos vinhos produzidos em regra geral temos os vinhos do sul são considerados geralmente mais leves e frutados com um aroma floral, tornando-os fáceis de beber enquanto os vinhos produzidos do centro ao norte são conhecidos como ‘Beaujolais Villages’ e vêm de 39 vilas e áreas vizinhas. Estes vinhos são mais complexos e estruturados apresentando uma cor e sabor muito mais profundos, com sabores principalmente de frutas vermelhas e pretas e com notas minerais mais sutis.

Como falamos, a história do vinho na região iniciou com os romanos que plantaram os primeiros vinhedos em Beaujolais ao redor do Monte Brouilly. No final do século XIV, quando o Duque da Borgonha decidiu se concentrar no plantio da variedade de uva Pinot Noir, em Beaujolais, optou-se por plantar apenas vinhas Gamay para sua produção de vinho. 

A Gamay por sua vez se apresenta como uma variedade muito antiga da Borgonha, sendo mencionado oficialmente em registros em uma proibição oficial do Duque Philippe le Hardi em Dijon. O duque ordenou que todas as vinhas de Gamay fossem arrancadas pois acreditava que os métodos de cultivo usados ​​na criação de Gamay estavam prejudicando a reputação de Pinot Noir. A decisão gerou tal alvoroço entre o público em Dijon e arredores, que o duque nomeou um novo prefeito, que ele esperava que contivesse a situação. Apesar da série de proibições que se seguiu e as tentativas de erradicá-la a Gamay seguiu intocada em Beaujolais onde permaneceu longe dos decretos do duque.

Duque decidiu encerrar vinhas Gamay em Beaujolais

Julienas

Ponto de partida da cultura da vinha em Juliénas possui raízes que remontam a mais de 2.000 anos. Juliénas e Jullié, duas das quatro comunas que produzem esta denominação, levam o nome de Júlio César, pois as vinhas eram cultivadas nas encostas das comunas durante o período galo-romano.

No extremo noroeste da região vinícola encostada com a Borgonha ao norte, esta apelação abrange quatro aldeias: Juliénas, Jullié, Emeringes e Pruzilly. O vinho Juliénas tira as suas características da vasta gama de diferentes terrenos da zona.

São vinhos em geral de perfil mais terroso e pesado, de cor vermelho rubi profundo e aromas de morango, violeta, canela, groselha e peônia. Os Juliénas, em relação as demais apelações, são certamente vinhos mais fortes e poderosos com excelente corpo e complexidade ainda que com a delicadeza e tipicidade da Gamay.

Vinhos Julienas tem um perfil mais terroso

Fleurie

Fleurie também é uma das apelações localizadas no norte de Beaujolais, ainda que um pouco mais ao sul em relação a Juliénas. Fleurie cobre uma área ininterrupta de três milhas quadradas, o solo é quase inteiramente composto de granito rosado que é uma característica única desta parte do Beaujolais.

A área pode ser dividida em duas zonas. Nas áreas mais altas e íngremes da denominação, o solo é fino, ácido e seco, dando origem a vinhos muito leves e aromáticos. Abaixo do Village principal, o terreno já é mais profundo com um pouco de argila, estes vinhos por sua vez são mais encorpados e envelhecem bem.

De maneira geral em relação aos vinhos da apelação Fleurie é um vinho elegante com um corpo sedoso e requintado. De cor vermelha carmim profunda, o vinho apresenta aromas florais e frutados como lírio, violeta, rosa, frutos vermelhos e pêssego.

Vinhos com apelação Fleurie, produzidos em Beaujolais, são elegantee

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